domingo, 4 de novembro de 2007

A princesinha e o sapinho (8)

Sem rumo certo, ou no rumo do destino


Andando por aí, ao sabor do desejo e da descoberta, em primeiras vezes sucessivas. A serra no meio do nada mas de onde se observa quase tudo... a paisagem bela e contrastante....serra aqui, planura lá ao longe e o mar como fundo. Sem luzes porque é dia, mas com muitas “estrelinhas de felicidade”.
A torre, junto à igreja em ruínas, permite lá do alto uma vista ainda mais fantástica. A princesinha não sobe lá ao cimo por receio. Apenas o sapinho trepa lentamente e lá do alto observa tudo. Simplesmente fantástico, como afinal tudo é fantástico quando a princesinha e o sapinho se encontram. Outros visitantes chegam áquele lugar, mas regra geral detêm-se por pouco tempo. Não vivem a magia da paisagem que os rodeia, tal como eles, porque afinal a magia não está na paisagem.
O tempo passa rapidamente como sempre e nada é possível fazer para o deter. Sabem que amanhã é um novo dia com coisas novas.Todos os dias têm algo que é uma primeira vez e apesar de haver primeiras vezes para tudo, nada parece (não é) banal! Até mesmo colher e guardar uma simples folha de hera pode ser algo muito importante.
Passou a noite e o dia acordou cedo....poder-se-ia dizer que acordou quinze minutos antes da hora marcada. Será que o dia também tem hora marcada para acordar? Ou será que cada pessoa o acorda quando quer? Ou será que algumas pessoas apressam o acordar do dia?
Alguns quilómetros depois e já com o dia bem desperto e por mais contraditório que possa parecer surge a tentativa de fazer o dia adormecer, mas sem que a noite acorde! Afinal “o dia” até terá adormecido por uns minutinhos e dormido em simultâneo com a “noite”.
Outra serra, outros monumentos históricos e outras paisagens, tão belos como os ontem observados mas tão diferentes nas suas próprias características. Especial é o jardim, visitado por especial deferência do seu proprietário, qual Éden perfumado no meio da serra, onde existem trinta e três variedades de azevinho oriundo da serra do Gerês, para além de alguns milhares de roseiras que produzem, alternadamente, rosas das mais variadas cores e matizes e onde espécies arbóreas indígenas convivem lado a lado com outras de origem tropical. Também aqui está presente o amor. O amor de quem construiu com tanta sensibilidade, um lugar tão bonito onde há pouco mais de uma dezena de anos nada havia para além da natureza selvagem, apesar de também bela. Lá em baixo o rio, minguado pela seca do verão anterior, serpenteia por vales entrecortados na serra coberta de estevas. Em época de pluviosidade mais abundante, as águas correndo de sul para norte e por força da barragem existente a jusante, atingem um caudal mais volumoso que permite a navegabilidade numa extensão de vários quilómetros até ao muro de suporte, porque mais não é possível.
Ouvir ali o cantar dos passarinhos, o grasnar dos patos, o perú que responde ao nosso assobio com a sua cantiga peculiar de glu-glu e até o soprar do vento nas ramagens são coisas que elevam o espírito e conduzem ao completo bem estar interior, tranportando-nos ao reino da felicidade e da partilha incondicional.
Lamentavelmente todos os dias são finitos.
Há uma nova viagem para fazer, não muito curta mas que se realiza quase em silêncio, porém repleta de gestos que dizem tudo!


P.S. -Qualquer semelhança com a realidade não é coincindência!
-“Princesinha e sapinho” é uma história que jamais terá fim !

1 comentário:

xtoria disse...

Esperançosamente, um dia a princesinha transformar-se-à em sapinha, para jamais se separarem e viverem em plenitude tão grande amor.